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Acabei se assistir Succession, série da HBO, um pouco atrasada eu sei, já que ela foi lançada e finalizada há algum tempo (estamos em outubro de 23), mas confesso também que não consegui assistir direto, achei os episódios cheios de diálogos longos, rápidos, densos.

Muito rico de detalhes para serem consumidos rapidamente. Mas não tem como não comentar essa série… uma daquelas que, quando acaba, você fica com ela na cabeça por dias, pensando…

A começar pela constituição familiar que se apresenta, com um pai fálico, poderoso, incapaz de demonstrar afeto aos filhos através do amor, aliás, amor é o que falta nesse enredo, ele foi brutalmente substituído pelo poder.

Poder que motiva os acontecimentos de todos os personagens… mas voltando à família, fica muito claro que cada filho desenvolveu o seu sintoma, a sua maneira, para lidar com as faltas de reconhecimento, validação e afeto.

Interessante pensar como cada um foi se ajeitando, encontrando saídas para se constituir como sujeito, cheio de buracos.

A mãe ausente, que abandona, que critica, escancara a falta de presença, de cuidado, foi mais facilmente rejeitada pelos filhos, era consciente a eles que não viria nada dela, não esperavam nada dela.

Con, filho de um primeiro casamento, com sua paranoia megalomaníaca, total fora da realidade, “só” queria ser o presidente dos EUA, sem ter nunca se envolvido na política, no trabalho, no mundo das responsabilidades, uau… quanta pretensão!

Ken, se colocou na posição de filho mais velho, na minha opinião, o que mais queria a aprovação do pai, queria provar a ele mesmo que era capaz, mas foi se frustrando a cada tentativa.

Roman, não saiu da infância, não se encaixava em nada, sempre cínico, debochado, sem limites, tinha na Gerri uma figura materna, mesmo concretizando desejos incestuosos.

Shiv, a mais inteligente, não podia ser reconhecida talvez por ser mulher, já que o machismo grita nessa série. Daria um bom caldo falar dela, pensando nesse movimento corporativo atual, onde mais mulheres estão sendo cotadas para posições de liderança. Será?

Tom, ahhhh quem não conhece um Tom na vida, no trabalho, na família? Aquele que dança conforme a música, se molda como uma marionete para agradar o outro, o outro que tem poder e que pode te dar algo em troca, mas que precisa de um capacho, no caso o primo Greg, para descontar a sua impotência…

Bom, poderia ficar escrevendo aqui por horas, citar cada personagem, as outras mulheres, o império ATN que controla através do seu viés como veicula as notícias, mas vou ficar por aqui, não tenho a intenção de dar spoiler, vou seguir elaborando e recomendando.

Escrever deu um pouco de vazão ao monte de pensamentos que me causou depois de assistir a série e ao último episódio por três vezes!!! Vale a pena assistir!

Ah!, só lembrando que essa é minha opinião, se for diferente da sua, está tudo bem 😊será bem-vinda se quiser compartilhar também.

Obrigada pela leitura!

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