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Frequentemente me fazem essa pergunta: qual a minha abordagem…

Praticar a psicanálise sem ser freudiana, é algo quase impossível, pois é na teoria de Freud que encontramos conceitos fundamentais para a prática clínica, como inconsciente, associação livre de ideias, transferência, entre outros… mas existem outros teóricos que, a partir da teoria de Freud foram, digamos assim, incrementando a psicanálise… sou a favor de uma abordagem mais empática, distante daquele estereótipo do analista de terninho preto, sério, que não fala nada além de “Hum..”, ou “Fale mais sobre isso”…

Um psicanalista está sempre estudando, entrando em contato com diversos autores e sua clínica vai se moldando de acordo com os casos que surgem para atendimento, casos que precisamos estudar para dar continuidade a análise… Se bate a minha porta, ou melhor, no meu smartphone, um analisando com suas questões e de acordo com a narrativa que escuto, vou conduzindo meus estudos.

No entanto, tenho um ponto de partida, meu jeito de ser analista, e com tudo isso, fui me aproximando mais da teoria de Ferenczi, autor húngaro, discípulo de Freud, que trouxe esse conceito de empatia no lugar da neutralidade, trouxe uma nova forma de entender como os traumas acontecem e um manejo específico para essas situações.

Posso dizer então que sou “Freudrencziana”? Esse termo não existe, claro, mas não sou muito de me enquadrar em caixinhas mesmo… até porque, conceitos de outros autores permeiam a sessão, de acordo com o que é trazido, mas o que vale é o que acontece ali, na sessão, entre analista e analisando e, com tato, empatia, respeito e sigilo, vou me aproximando da história e fazendo com que o analisando possa entrar em contato com ela, e, a partir de elaborações, possa decidir o que fazer daqui para frente, viver em paz com o passado e mudar a narrativa são algumas opções, mas a análise vai até onde o analisando quer ir, vai até onde seu desejo quer ir… independentemente da abordagem.

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